"Não queirais, ó Mãe da Saúde, desprezar as nossas súplicas..." | Janeiro de 2025

Oh! Manancial de vida! Fonte perene de nossa saúde, grande Rainha dos Céus, Maria, volvei, vos imploramos para nós o olhar benigno de vossa misericórdia...

 

             No final do século XVIII ouviu-se dizer que, águas milagrosas e virtuosas brotavam com imensa abundância e pureza, no lado oposto da Serra da Campanha. As mesmas águas carregavam componentes curativos que atuavam contra doenças do corpo. Aos poucos muitos turistas, visitantes e curiosos vieram provar das águas curativas e medicinais. Eles começaram a permanecer nas terras próximas às fontes minerais.

            A descoberta das águas trouxe inúmeras manifestações milagrosas. Uma jovem chamada Cecília, após vinte dias, experimentou a cura para todos os seus males. Era uma moça devota e religiosa que consagrou sua milagrosa cura à valiosa intercessão de Nossa Senhora. Em retribuição pela graça alcançada, a jovem construiu, com o auxílio do pai Antônio, um capela dedica a Nossa Senhora da Saúde. Uma devoção mariana que venceu o contar dos anos.

            Maria vive com os olhos fixos em Cristo e guarda cada palavra – “conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu coração” (Lc 2, 19). As recordações de Jesus, estampadas na sua alma, acompanharam-na em cada circunstância. Foram estas recordações ou conservações que constituíram, de certo modo, o “rosário” que Ela mesma recitou constantemente nos dias da sua vida terrena. Através dela, o povo de Lambari aprendeu a olhar e amar Jesus.

            O contemplar de Maria é, antes de mais nada, uma oração incessante. Um rosário sem fim!  O cristão, chamado a rezar em comum, deve também entrar no seu quarto para rezar a sós ao Pai, mais ainda, segundo ensina o Apóstolo Paulo, deve rezar sem cessar. Nas terras das Águas Virtuosas encontramos um povo formado na escola da oração, um povo que faz memória do mistério eucarístico, um povo que jamais decepciona pois vive da esperança.

            Que bonita história! Por isso, como jovem padre, peço permissão para adentrar e participar da continuidade dessa boa prosa. Como padre poder oferecer o meu ministério pela santificação daqueles que estiverem sob a nossa humildade guarda e paternidade. Como devoto apenas rezar – “Não queirais, ó Mãe da Saúde, desprezar as nossas súplicas, mas, benigna, escutai-nos, atendei-nos, e ajudai-nos em nossa salvação”.

 

Um feliz tempo da esperança!

Com meu abraço e benção.

 

Padre Flávio Henrique Ribeiro
Administrador Paroquial