O Ressuscitado precede-nos e acompanha-nos pelas estradas do mundo. É Ele a nossa esperança, é Ele a verdadeira paz do mundo. Amém. (PP. Bento XVI)
O monge beneditino Odon Casel, inserido na espiritualidade pascal, afirma – “O tempo da Páscoa, que dura 50 dias (sete vezes sete dias), é o Pentecostes, que não é apenas o último dia, mas todos os 50 dias”. A Páscoa não é uma celebração qualquer, mas a celebração das celebrações, noite das noites. Para a Páscoa convergem todas as celebrações e ações eclesiais. Nós não celebramos a Páscoa. É a Páscoa que se celebra em nós.
A oitava da Páscoa é como o mesmo e único dia pascal, estendido também até Pentecostes. São 50 dias pascais, como se fosse uma única celebração em tom de aleluia, alegria, louvor, júbilo e festa. No agora de nossa vida, o Kairós, a Páscoa vem para ser celebrada em nós com uma dimensão totalmente transformadora, criativa e nova. O movimento da revelação de Deus não é ascendente, mas descendente. A Páscoa também!
Todo o culto cristão não é nada mais que uma celebração continuada da Páscoa. Como o sol, que não cessa de levantar-se sobre a terra, atrai para sua órbita todos os astros, a noite da Páscoa é rodeada por todas as eucaristias que continuamente e diariamente, a cada minuto, são celebradas em toda a terra, porque participam da Páscoa, assim como participam todos os sacramentos, sacramentais e gestos litúrgicos.
O movimento litúrgico, bíblico e toda a renovação conciliar trouxeram esse dinamismo a Páscoa, para colocar em movimento a história e o mundo todo nessa dinâmica salvífica. Na Páscoa, todas as coisas são renovadas e recapituladas em Cristo, como afirma São Paulo. A Páscoa é a chave de toda a interpretação bíblica e interpretação sacramental. Vivamos com profunda intensidade esse tempo de ressurreição.
A nossa comunidade paroquial, por fim, imersa na espiritualidade do túmulo vazio, percorrerá desde o balanço dos ramos até a aurora pascal, os dias maiores da nossa fé. Estejamos nas muitas celebrações eucarísticas. Acendamos nossas velas nas longas procissões. Acolhamos nossos catecúmenos na comunidade. Subamos até o calvário na Via Sacra. Acorramos até a Eucaristia na manhã do Domingo da Páscoa. Vivamos nossa Semana Santa!
Um feliz tempo da esperança!
Com meu abraço e benção.
Padre Flávio Henrique Ribeiro
Administrador Paroquial