O Senhor veio, pôs-se junto dele e chamou-o como das outras vezes: “Samuel! Samuel!” E ele respondeu: “Fala, teu servo escuta!” (1Sm 3, 10).
Você sabia que agosto é um mês muito importante na Igreja Católica aqui no Brasil? Certamente, já ouviu falar sobre algum tema específico durante esse período. É o mês que dedicamos às vocações! Neste texto, pretendo apresentar um pouco sobre esse assunto, respondendo às seguintes perguntas: o que é vocação, quais são os tipos, como descobri-la e como vivê-la bem.
Vocação é uma palavra que veio do latim "vocatio" e significa “chamado” ou “convite”. Mas atenção: não é qualquer chamado, nem qualquer convite! É um chamado ou convite que o Senhor nos faz para que possamos segui-lo de uma maneira específica — cada um segundo o chamado que recebeu — e estar a serviço do seu reino. Desse modo, podemos entender que Deus nos chama para uma tarefa muito importante.
Deus nos fez como pessoas únicas, por isso temos qualidades, defeitos, escolhas e pensamentos diferentes. Assim, cada pessoa é chamada a discernir qual é a sua vocação de acordo com suas particularidades. Dentro do itinerário da vida cristã, a Igreja apresenta quatro maneiras de responder ao chamado vocacional: como casado (matrimônio), como ministro ordenado (diácono, padre ou bispo), como religioso ou religiosa (consagrados: irmãos, irmãs) ou como solteiro (vocação leiga). A cada domingo deste mês, celebra-se uma dessas vocações, rezando por ela. No primeiro domingo do mês, comemoram-se as vocações ordenadas; no segundo, as vocações matrimoniais; no terceiro, as vocações religiosas; e, no quarto, as vocações leigas.
O processo de discernimento vocacional pode ser um momento de grande dúvida na vida de cada pessoa. Afinal, “para que Deus me chama?” Mesmo diante dessa grande incerteza, não podemos nos desesperar, pois o Senhor está conosco. Para ajudar nesse caminho, apresento alguns passos que podem colaborar. Primeiramente, é necessário ter abertura de coração para interpretar a voz de Deus e observar os seus sinais, assim como fez o jovem Samuel no relato bíblico (1Sm 3). Em seguida, a espiritualidade deve ser um grande alicerce, acompanhada da vida em família, da vida sacramental (recebendo os sacramentos) e da vida pastoral (participando da Igreja local). Por fim, o autoconhecimento é de extrema importância para o discernimento, ajudando a pessoa a conhecer suas potencialidades e limitações. Por meio desses passos, é possível realizar o discernimento vocacional e saber qual é a sua missão como cristão.
Uma das causas que geram dúvidas no momento de discernir a vocação é a necessidade que o ser humano tem de querer “certeza” sobre todas as coisas. Por esse motivo, um dos requisitos para uma boa vivência vocacional é saber que nunca teremos “certeza absoluta" a seu respeito, mas que somos convidados a confiar no Senhor constantemente e a estar abertos aos seus desígnios. Deus não cessa de enviar sinais que nos incentivam a continuar a caminhada e que confirmam a vocação, trazendo-nos segurança. Isso pode acontecer em qualquer estado de vida: seja no casamento, no sacerdócio, na vida religiosa ou leiga. Deus fala conosco! Ele nos chama! E você, já parou para ouvir a voz de Deus? Já descobriu sua vocação?
Seminarista Alan Lucas da Silva